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Mena Fiala e Cândida Gluzman 
As irmãs que impulsionaram a Casa Canadá e a moda brasileira

Por Crib Tanaka *
Foto Eduardo Teixeira

Rio de Janeiro, década de cinquenta: aparecimento da televisão no Brasil, da bossa-nova, das atrizes do rebolado, da moda influenciada pelos musicais da Metro, glamour traduzido em reuniões na Confeitaria Colombo, nos vestidos acompanhados de luvas e chapéus, nas lojas de moda localizadas no Centro da cidade. Nesse cenário, despontava a Casa Canadá.


Mena Fiala, Cândida Gluzman e Casa Canadá

 

Mena Fiala, descendente de italianos, nasceu em Petrópolis, onde aprendeu com as irmãs Falconi a arte de fazer chapéus. Por volta de 1929, mudou-se para o Rio de Janeiro e conheceu Jacob Feliks, fundador da Casa Canadá, com quem passou a colaborar.

A Casa Canadá funcionou na Rua Gonçalves Dias até 1934. Quando houve a inauguração da sua grande loja, na Rua Sete de Setembro, Mena e Cândida foram convidadas para dirigir a seção de roupas por atacado. Cândida ia cinco vezes por ano a Paris e trazia modelos de estilistas como Balenciaga, Dior e Jacques Faith.

“Elas desmontavam as peças que vinham de fora e estudavam, buscando entender a modelagem, como aquela peça era feita” – explica Cristina Seixas, estilista e jornalista, que desenvolveu uma tese sobre a Casa Canadá. Criando e interpretando com base na inspiração dos modelos europeus, impulsionaram a implantação e o desenvolvimento da indústria do vestuário.

 

Homenagens e exposição no Museu Histórico Nacional

 

Por toda a importância que tiveram na moda brasileira, Mena e Cândida ganharam o título de Beneméritas do Rio de Janeiro, outorgado pela Assembléia Legislativa e o prêmio Multimoda, conferido pela Multifabril. Mena ainda foi eleita Mulher do Ano da Moda, pelo Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, o que resultou em seu ingresso na Academia Brasileira de Moda, conferido pelo Instituto Zuzu Angel.

Em 1996, no Rio de Janeiro, foi realizada, no Museu Histórico Nacional, a exposição Mena Fiala – Um Nome da História da Moda, onde o público pôde comprovar o trabalho minucioso de Mena e Cândida e assistir, em vídeo, desfiles da Casa Canadá.

 

Cinco anos depois, no dia nove de janeiro de 2001 a moda ficaria órfã de Mena.

 

Em 2002, o acervo de indumentária do Museu Histórico Nacional, agora sob a curadoria da museóloga e estilista Vera Lima, no Rio de Janeiro, recebe a preciosa doação de Lucianita Carvalho, filha de D. Mena: um vestido de noiva Cândida & Mena Fiala que será mostrado na exposição “E por falar em Moda”, em comemoração aos oitenta anos da instituição museográfica, no mês de outubro.

“Acho que minha vida foi profícua, acredito que tenha ajudar a formar profissionais de primeira ordem; estou segura de que juntamente com minha irmã Cândida, tenhamos aberto caminho para uma moda brasileira que se tem expandido em vários setores, e em várias direções.” – Mena Fiala.

 

Exposição gerenciada por minha estimada amiga desde o evento Cristina Seixas.

Reportagem retirada DAQUI.

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